Os Artigos Desta Coletânea Procuram Mostrar Que Nem Só De Textos Vivem As Ciências Sociais,a Imagem É Um Campo Fértil Como Dado A Ser Analisado E Igualmente Uma Forma De Apresentação De Dados De Pesquisa. Os Trabalhos Reunidos São O Resultado De Quatro Anos De Pesquisa Da Equipe Do Laboratório De Imagem E Som Em Antropologia, E Procuram Mergulhar No Campo Do Sensível, Trazendo-o Para Mais Perto Daquele Com Quem Os Cientistas Sociais Sempre Tiveram Muita Familiaridade, O Campo Do Inteligível. Segundo Sylvia Caiuby Novaes, Para Os Antropólogos, Essa Percepção Propiciada Pela Imagem É, De Algum Modo, Semelhante Àquela Possibilitada Pela Etnografia. Ao Descrever Mesmo Aquilo Que É Absolutamente Familiar, A Etnografia Permite Ter Acesso A Uma Outra Realidade Que Está Submersa Na Aparente Familiaridade Que Encobre O Olhar. Paradoxalmente, São Essas Imagens Que Possibilitam Ir Além Daquilo Que É Imediatamente Visível. Como Entender Imagens Que, Ao Se Voltarem Para O Real, Não O Reproduzem, Mas Fazem Dele Outra Imagem Que Permite Ver O Que Dificilmente Era Visto. Nos Artigos Da Coletânea, Coloca-se A Questão Do Papel Que O Visual Pode Ter Nas Ciências Sociais E Na Antropologia Em Particular Como Meio De Pesquisa Ou Como Discurso, Não Mais Como Ilustração Dos Diferentes Estágios De Evolução, Mas Como Imagens Que Podem Melhor Comunicar O Conhecimento Em Campos Nos Quais A Metáfora E A Sinestesia Viabilizam A Comunicação.